quinta-feira, 30 de março de 2017

Reabilitação urbana da cidade de Estremoz - II


Fachada da Igreja do Convento de São Francisco de Assis, em Estremoz.

Os pombos vadios que proliferam na cidade de Estremoz, constituem uma praga atentatória da sanidade, da higiene e do bem-estar dos cidadãos. Urge fazer-lhe frente.

Os pombos vadios
Os pombos vadios (pombos de cidade ou pombos errantes) são o objecto da presente crónica”. Os pombos-correios e os pombos bravos não são para aqui chamados.
Os pombos vadios estão espalhados pela cidade de Estremoz, pondo em causa a sanidade, a higiene e o bem-estar dos cidadãos. Vejamos porquê.
Cada pombo produz cerca de 12 quilos de fezes por ano, contendo 17% de ácido fosfórico e 3,3% de ácido sulfúrico. Algumas dessas fezes são expulsas nos locais onde se asilam, mas tombam também em espaços públicos onde atingem cidadãos e automóveis, assim como espaços privados tais como telhados, varandas e estendais.
As fezes, de natureza ácida, corroem metais, descoram pedras e pinturas de edifícios, apodrecem madeira, danificam coberturas provocando infiltrações, assim como as pinturas dos automóveis de forma irreversível.
As penas, sós ou conjuntamente com as fezes, entopem algerozes, caleiras e ralos, pondo em causa o estado de telhados que vêem a sua capacidade de escoamento diminuída, originando infiltrações no interior dos edifícios.
Os pombos podem também transmitir doenças ao homem. De facto: - A inalação de partículas de poeiras provenientes de excrementos secos, causa infecções agudas no sistema respiratório (criptococose, e histoplasmose), sendo o risco maior nas camadas mais vulneráveis da população: crianças, idosos e pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos, como os doentes de cancro ou VIH/SIDA; - A ingestão de alimentos crus ou mal cozinhados, contaminados com fezes de pombos, causa gastroenterites graves; - A inalação de aerossóis das fezes provoca tuberculose aviária; - O contacto com fezes secas, ectoparasitas e penas pode ainda causar problemas alérgicos e respiratórios, entre outros. – A nidificação de pombos por detrás de aparelhos de ar condicionado, contamina a qualidade do ar.

Melhorar o ambiente urbano
Em Julho de 2016, o Sector de Gestão Urbanística, Planeamento e Projecto Municipal da CME, elaborou um “PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, visando a captação de fundos comunitários através do programa “Estratégia Europa 2020 – Portugal 2020”.
“Melhorar o ambiente urbano” é um dos múltiplos objectivos a atingir através daquele Plano, o qual considera dever ser concretizado através da promoção da “mobilidade sustentável e a coesão urbana, garantindo uma melhor mobilidade, que contribua para qualidade ambiental e do espaço público, facilitando as deslocações pedonais, limitando o tráfego automóvel de atravessamento e ordenando restritivamente o estacionamento, bem como divulgando pontos de interesse turístico.” Acho tudo isto excelente e louvável. Todavia, a meu ver, a melhoria do ambiente urbano deve também ser orientada noutras direcções. Uma delas passa por encarar de frente a praga de pombos vadios que proliferam na cidade de Estremoz. É um problema real a que urge fazer frente em nome da sanidade, da higiene e do bem-estar dos cidadãos. De acordo com a legislação em vigor é o Município quem tem competências para o fazer no exercício das suas atribuições nos domínios da defesa da saúde pública e do meio ambiente. Pois que o faça!

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