quarta-feira, 29 de novembro de 2017

BONECOS DE ESTREMOZ - Património Cultural Imaterial da Humanidade?



A inscrição da "Produção de Figurado em Barro de Estremoz" na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, vai ser decidida entre 4 e 9 de Dezembro, no decurso da 12.ª Reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a ter lugar no Centro Internacional de Convenções Jeju, na ilha de Jeju, na República da Coreia.
Ao longo dos seis dias, os vinte e quatro membros do Comité, eleitos pela Assembleia-geral da Convenção de 2003, discutirão uma série de questões relevantes para a salvaguarda do património cultural imaterial em todo o mundo.
A agenda da reunião é vasta e inclui a análise das nomeações (6) para inscrição na Lista de Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, bem como o exame das nomeações (35) para inscrição na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Na sequência desse estudo, o Comité votará as nomeações. De salientar que em qualquer das duas listas, a votação e aprovação de uma dada candidatura não exclui a votação e aprovação de qualquer das outras.
Delegação estremocense na Coreia do Sul
Visando assistir à 12.ª Reunião do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, parte no próximo dia 3 de Dezembro para a Coreia do Sul, uma delegação estremocense integrada por Luís Mourinha (Presidente da Câmara Municipal), Maria Helena Mourinha (Coordenadora da Biblioteca Municipal), Nuno Rato (Presidente da Assembleia Municipal), António Serrano (Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara), Sílvia Dias (Vereadora da Câmara Municipal), Márcia Oliveira (Vereadora da Câmara Municipal), Hugo Guerreiro (Director do Museu Municipal e autor da Candidatura), Jorge Conceição Palmela (Artesão) e Perpétua Sousa (Artesã).
Consequências da nomeação
A inscrição da "Produção de Figurado em Barro de Estremoz" na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, permitirá que os bonecos de Estremoz possam ser portadores de um selo certificador dessa condição. Para além disso, a cidade de Estremoz passará a integrar a rota do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Daqui resultará um previsível incremento do turismo cultural, com reflexos importantes em termos da economia local.
Centro Interpretativo do Figurado em Barro de Estremoz
Reabilitar o edifício da antiga Olaria Alfacinha, destinando-o a Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, foi considerado um dos múltiplos objectivos a atingir através da “PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, elaborado em Agosto de 2015, pelo Sector de Gestão Urbanística, Planeamento e Projecto Municipal da CME. O mesmo objectivo consta igualmente no “PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, produzido em Julho de 2016. Para tal e de acordo com este último documento, o Município iria candidatar-se a fundos comunitários do programa de financiamento denominado “Estratégia Europa 2020 – Portugal 2020”. Todavia, a reabilitação do edifício da antiga Olaria Alfacinha através daquele programa de financiamento não consta da “Lista de Operações” aprovadas, reportada a 31 de Agosto de 2017. Aquela reabilitação não consta igualmente no “PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE ESTREMOZ”, uma vez que não está prevista num documento nele inserido, datado de 31 de Maio de 2016 e que é o Contrato celebrado entre a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Alentejo, representada pelo Presidente da Comissão Directiva, Roberto Pereira Grilo e o Vice - Presidente da Câmara Municipal de Estremoz, Francisco João Ameixa Ramos, substituto legal do Presidente da Câmara. Porém, “escrevendo direito por linhas tortas”, no ”PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO 2015 | 2030” (definitivo) da cidade de Estremoz, lá está contemplada a reabilitação do edifício da antiga Olaria Alfacinha, visando instalar ali um Centro Interpretativo do Bonecos e da Olaria de Estremoz, no qual o Município pretende que seja ministrada formação no âmbito da olaria. “A ver vamos como diria Frei Ramos”, já que o Município procura concretizar a aquisição daquele edifício há mais de 15 anos.
Consciente da necessidade de recuperação e salvaguarda da olaria de Estremoz como uma das expressões mais elevadas da nossa identidade cultural local, não deixarei de aplaudir a concretização do que está projectado.
Cautela e caldos de galinha…
O Centro Interpretativo a criar, deverá assegurar a acessibilidade consagrada na lei a pessoas com necessidades especiais (deficientes motores, cegos, grávidas, crianças e idosos), o que não se verifica actualmente no Museu Municipal, no qual não existe rampa de acesso nem elevador, o que é impeditivo de uma participação cívica activa e integral. 

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